O nepotismo voltou a ser prática corrente na administração estadual, agora sob o comando de Reinaldo Azambuja (PSDB), que assumiu pregando a meritocracia e novos conceitos no serviço público. Depois da secretária estadual de Educação acomodar o genro sem problemas, os subordinados decidiram seguir o exemplo. Quatro histórias mostram que a relação consanguínea foi mais importante na hora de obter cargo na pasta, que deveria comandar a política para construir a formação das crianças, adolescentes e jovens, o futuro de Mato Grosso do Sul.
A história começa no gabinete da titular da pasta, Maria Cecília Amendola da Motta. A assistente da secretária é a professora Cláudia Aparecida Nogueira Lopes, com salário de R$ 6,2 mil por mês.
Ela acomodou a filha, a psicóloga Paola Nogueira Lopes, como professora convocada para cumprir jornada de 40 horas. Em março, a herdeira recebeu R$ 5,5 mil. A moça é esforçada, já que além de ser professora temporária com jornada de 40 horas, conseguiu ser liberada para frequentar as aulas do mestrado em Educação da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Cláudia ainda conseguiu um emprego para o marido, Paulo Lopes, na Secretaria Estadual de Administração e Desburocratização. Com salário de R$ 9,7 mil, ele é o superintendente de Gestão da Folha de Pagamento, o cara responsável pela liberação dos salários dos 70 mil funcionários públicos estaduais. o
A família Lopes não é a única a se acomodar entre os comissionados da administração tucana. O primo da vice-governadora Rose Modesto (PSDB), Wellington Fernando Modesto da Silva, é o superintendente de Gestão de Pessoas na Secretaria Estadual de Educação.
O salário de Silva é um mistério, já que não consta em nenhuma época no Portal da Transparência. Ele colocou a esposa Cristiane Borges da Cunha Maggioni como secretária. Ela teve vencimento de R$ 2,3 mil. Todos na secretaria conhecem a relação dos dois.
Só o Ministério Público Estadual tem dificuldade em comprovar o nepotismo entre os dois. O promotor até chegou a arquivar denúncia por falta de provas e por não ver problemas no “namoro” de ambos.
No entanto, acabou sendo obrigado a investigar a história por determinação do Conselho Superior do MPE que não concordou com o arquivamento do inquérito. O Jacaré apurou que o casal mora juntos há cerca de sete anos.
A terceira história é do superintendente de Administração, Orçamento e Finanças da Secretaria de Educação, Hélio Queiroz Daher, com salário de R$ 6,7 mil. Ele colocou a esposa, Alessandra Ferreira Beker Daher, como coordenadora de Formação Continuada da pasta.
Não se sabe se a medida é estratégia ou erro. Na apresentação da equipe de Maria Cecília, Alessandra surge com apenas um sobrenome, “Becker” , grafado errado, já que o correto é “Beker” e sem o sobrenome do marido, “Daher”.
Não é a única a ser contemplada com um cargo comissionado. A cunhada do superintendente, Joelma Daiane Beker Guinzelini, também é lotada na pasta e fica responsável pelo repasse dos recursos para as escolas integrais.
Joelma mantém a relação com a secretaria por meio de contrato, que lhe garantiu R$ 1.882,10 em março. No entanto, em fevereiro teve mais sorte e recebeu R$ 7,7 mil. No ano passado, a média de créditos, recorrendo a um termo usado pelos juízes para dissimular os polpudos salários, foi de R$ 3,5 mil.
O quarto caso envolve o superintendente de Administração das Regionais, Juari Lopes Pinto, com dois salários (de professor e adicional de confiança), que somam R$ 8,7 mil. A esposa dele, Eurisleide, foi indicada para trabalhar no Pronatec, aquele programa de formação técnica para jovens que ficou famoso por ser repetido a exaustão pela então presidente Dilma Rousseff (PT).
Pioneira no mau exemplo – Os funcionários só seguiram o exemplo da secretária Maria Cecília. Até outubro do ano passado, ela empregava o genro, o advogado Marcelo Monteiro Salomão, como assessor da Secretaria de Estadual de Educação, com salário de R$ 15.294 por mês.
Marcelo, que foi para a Casa Civil em novembro passado e foi nomeado para comandar o Procon após a reestruturação administração de Reinaldo Azambuja, é casado com Viviane Mota, filha da Maria Cecília e funcionária do Tribunal de Contas.
O Jacaré enviou o questionamento para a assessoria do Governo na quarta-feira passada. Às 21h34 de ontem, a equipe divulgou um comunicado para negar a existência de nepotismo na administração estadual.
Destaca que Hélio, Alessandra e Cláudia são servidores efetivos da prefeitura da Capital e foram cedidos para trabalhar na Secretaria Estadual de Educação há dois anos.
O Governo destacou que Wellington “é solteiro”, ou seja, não é casado com Cristiane, a sua secretária.
A cunhada de Hélio, Joelma está no Governo porque é técnica de infraestrutura e foi contratada por processo seletivo realizado pelo ICE (Instituto de Corresponsabilidade pela Educação) para o atendimento da Escola da Autoria.
Sobre a família Lopes, a assessoria informa que Paulo é servidor concursado desde 1985. Cláudia era assessora de gabinete de Maria Cecília desde 2015 e ascendeu ao cargo de chefe de gabinete neste ano. Já a filha, Paola, foi contratada em regime temporário para o Projeto AJA (Avanço do Jovem na Aprendizagem) e confirmou que ela tem licença para frequentar as aulas do mestrado.
Confira na íntegra posição da Secretaria Estadual de Educação:
Esclarecimentos:
– Hélio Queiroz Daher, Alessandra Ferreira Beker Daher e Claudia Nogueira Lopes são servidores do quadro efetivo da Prefeitura Municipal de Campo Grande, cedidos para a Secretaria de Estado de Educação – SED, desde 2015;
– Hélio Queiroz Daher é superintendente de Administração, Orçamento e Finanças – SUAOF;
– Alessandra Ferreira Beker Daher é coordenadora de Formação Continuada, setor subordinado à Superintendência de Políticas para a Educação – SUPED;
– Joelma Daiane Beker Guizelini é técnica de infraestrutura, conforme publicação em Diário Oficial da União pelo Ministério da Educação – MEC, subordinada à Diretoria-Geral de Infraestrutura, Administração e Apoio Escolar – DGIAPE e foi contratada após processo seletivo, realizado pelo Instituto de Corresponsabilidade pela Educação – ICE, para atendimento da Escola da Autoria;
– O superintendente Wellington Fernando Modesto da Silva é solteiro;
– Juari Lopes Pinto é professor efetivo da Secretaria de Estado de Educação e, pela função de superintendente, recebe 50% do valor de um cargo em comissão DGA-2, conforme prevê a legislação;
– Eurisleide não trabalha na Secretaria de Estado de Educação. Ela faz parte de um grupo de trabalho remunerado pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, do Governo Federal;
– Paulo Lopes é servidor efetivo do Estado de Mato Grosso do Sul desde 1985 e desempenha suas funções na Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização – SAD;
– Claudia Nogueira Lopes foi, por dois anos, assessora de Gabinete na SED, ascendendo ao cargo de Chefe de Gabinete em 2017;
– Com formação em Psicologia Escolar, Paola Nogueira Lopes foi contratada, em regime temporário, para atuar no Projeto AJA – Avanço do Jovem na Aprendizagem. Ela cursa Mestrado em Educação na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, em Campo Grande, e tem licença para comparecer à Universidade, quando necessário, assim como qualquer outro servidor da SED que esteja cursando Mestrado ou Doutorado.
Assessoria de Comunicação SED
2 Comentários
Na ses o gabide ja quebrou kkkk
Esta tudo sendo descoberto o que aconteceu a algum tempo como perseguição, fica mais que comprovado que na SED permanece quem Maria Cecília quer ou seja uma corja de desonestos,depois ainda tem quem defenda esse tipinho,esta ai todos seguindo o exemplo da
SECRETARIA MARIA CECÍLIA PARABÉNS