A greve geral de 24 horas, prevista para esta sexta-feira, será a maior da história de Campo Grande. O movimento contra as reformas previdenciária e trabalhista, propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB),vai criar um feriado extra na cidade.
A paralisação começa na madrugada com a adesão dos motoristas de ônibus, que ameaçam cruzar os braços e deixar os ônibus nas garagens. Só a paralisação do transporte coletivo deve prejudicar cerca de 210 mil passageiros, que são transportados diariamente na Capital.
A greve no transporte ganhará a adesão dos mototaxistas, responsável pelo transporte de 6 mil pessoas diariamente, e até dos trabalhadores dos ônibus intermunicipais e interestaduais. Aeroviários vão aderir ao protesto e devem comprometer o pouso e decolagens de aviões no aeroporto de Campo Grande.
Pela primeira vez, professores das escolas particulares vão se juntar à paralisação das redes públicas do município e do estado. Não haverá expediente em outras repartições públicas, como Procon, Fundação Estadual do Trabalho, postos de saúde e hospitais.
Os trabalhadores dos Correios cruzaram os braços ontem e vão engrossar as manifestações contra as reformas.
Sempre avesso à greve, a categoria dos comerciários vão fechar as lojas na Rua 14 de Julho, a mais tradicional de Campo Grande, no período da manhã. Bancários vão fechar todas as agências bancárias.
Convocado por todas as forças sindicais, a greve conseguiu reunir a oposicionista CUT (Central Única dos Trabalhadores), sempre ligada ao PT, até a governista Força Sindical, uma das principais apoiadoras do governo de Michel Temer.
O ex-deputado federal Antonio Carlos Biffi, que fez a carreira no sindicalismo e foi fundador da Fetems, relembra que nunca houve movimento semelhante na cidade. Já houve greve específica do funcionalismo público estadual, municipal ou federal, mas não de trabalhadores públicos e privados.
A expectativa dos organizadores é levar 40 mil pessoas à manifestação no Centro na manhã desta sexta-feira. Será um dos maiores protestos já realizados na cidade, só atrás do ato realizado no ano passado pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), quando 100 mil pessoas foram à manifestação na Avenida Afonso Pena.