O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) só deverá pagar abono aos 70 mil servidores públicos ativos e inativos em Mato Grosso do Sul. Nesta quarta-feira, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto que estende o pagamento de abono no valor de R$ 100 a R$ 250 para os funcionários até dezembro de 2018, quando o tucano encerra o mandato.
No cargo há dois anos e quatro meses, o único reajuste aprovado pelo tucano foi nos impostos. O IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor) teve aumento de 40%, quando a alíquota subiu de 2,5% para 3,5% e não caiu mais.
Com uma equipe de finanças fraca, o governador não conseguiu fazer caixa para lançar vultuoso pacote de obras e ainda se lamente por acumular déficit nas contas públicas. As maiores obras em execução ainda são as de pavimentação das rodovias de acesso às fazendas de Azambuja, que ficam no distrito de Água Fria, em Maracaju.
Os mais penalizados pela política tucana foram os servidores públicos. Em 2015, ele não autorizou reajuste porque considerou o aumento de salário concedido na véspera de conclusão do mandato pelo antecessor, André Puccinelli (PMDB), que corrigiu distorções nas carreiras do funcionalismo.
No ano passado, Azambuja argumentou que não poderia dar reajuste por causa da crise econômica mundial e convenceu os servidores a receber abono de R$ 100 a R$ 250. Neste ano, na terceira negociação, ele usou o argumento de que vai prorrogar o abono, mas que vai negociar o reajuste com cada categoria.
O tucano deverá usar a queda na arrecadação do gás natural para não conceder reajuste. Desde que está no poder, o tucano autorizou o reajuste na tarifa de água e esgoto da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), do transporte intermunicipal de passageiros, de alugueis pagos pelo poder público, mas não repôs a inflação para garantir o poder de compra dos servidores estaduais.
Desde que o tucano assumiu o comando do Estado, o salário do funcionalismo acumula defasagem de 18,77%, considerando-se o dia 1º de janeiro de 2015 como cálculo.
Reinaldo só deverá ter parâmetro na administração de Marcelo Miranda, na época no PMDB, no tratamento dispensado aos funcionários públicos. Em 1990, o governador deixou o cargo pelas portas dos fundos, com os servidores sem salários e ocupando a governadoria.
Famoso por ser turrão no trato com o funcionalismo, Puccinelli vive sendo citado como exemplo em relação ao tucano.
Zeca do PT e Wilson Barbosa Martins também mantiveram gestões consideradas boas para os servidores, apesar da polêmica reforma administrativa implementada pelo petista no seu primeiro mandato.