O ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Antunes Olarte, sofreu duas novas derrotas no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul neste mês.No entanto, ele não se abateu e ainda aposta no último recurso, espécie de “bala de prata”, para adiar o julgamento por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do “golpe do cheque em branco”.
A primeira derrota é a mais importante porque pode agilizar o julgamento do caso pela Seção Criminal do TJMS. No dia 10 deste mês, o desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva negou novo pedido de liberdade do ex-assessor de Olarte, Ronan Edson Feitosa de Lima, preso em 20 de setembro do ano passado em Tracuateua (PA).
Para o magistrado, ficou comprovado a fuga e o interesse em não colaborar com a Justiça.Bonassini cita que Ronan até estava casado já com Anayany Nazaré da Silva Ramos, com quem convivia em união estável há seis meses.
O único pedido que ele acatou, com parecer favorável do Ministério Público Estadual, é a transferência do ex-assessor para um presídio da Capital, onde vivem seus familiares. Em caso de réu preso, o processo ganha prioridade e pode ser julgado mais rápido.
A outra derrota foi a decisão do desembargador Amaury Kuklinski da Silva, que negou o pedido para Mauro Lino Alves Pena retornasse ao cargo de oficial de Justiça. Ele foi afastado por determinação de juiz de primeira instância. Para o magistrado, há fortes indícios de que ele agiu como espião de Olarte no Poder Judiciário.
No entanto, Olarte ainda aposta no último recurso. O advogado Renê Siufi ingressou com pedido para adiar o julgamento, já que houve pedido do relator e do revisor para que seja marcado para o mais breve possível.
O advogado pede que o julgamento só seja marcado após o desembargador Claudionor Miguel Abss Duarte julgar um recurso interposto por Olarte em fevereiro deste ano. O recurso é agravo interno em mandado de segurança.
Duarte já pediu para a defesa justificar o pedido, porque está se insurgindo contra decisão dele e julgamento por unanimidade da Seção Criminal. O MPE já se manifestou pelo indeferimento do recurso. Só falta a decisão de Claudionor Miguel Abss Duarte, mas a falta desta decisão é a última esperança da defesa de Olarte para adiar o julgamento.
E, como tudo no Brasil, que fabrica um escândalo mais cabeludo do que o outro diariamente, o povo acaba dando menos valor aos ocorridos no passado, a defesa aposta na redução do clamor popular. E sem pressão, os magistrados podem aplicar penas menores ou até absolver os acusados.
Por último, ainda há outra estratégia, a de deixar o crime prescrever.