Três grupos do PT decidiram se unir para apoiar a candidatura de Agamenon Rodrigues do Prado para presidente do diretório municipal de Campo Grande. Ele ganhou forças para enfrentar os outros dois candidatos que restaram na disputa, Maria Rosana, com o apoio do atual presidente regional, Antonio Carlos Biffi, e Orlando de Almeida, que tem o respaldo do deputado estadual Pedro Kemp (PT).
Na sexta-feira, o ex-governador Zeca do PT e o sobrinho, o deputado federal Vander Loubet, anunciaram o acordo com os grupos dos deputados estaduais Amarildo Cruz e João Grandão. Este último retirou a candidatura de Ricardo Duailibi para fechar com Agamenon.
Os dois deputados federais tiraram Ananias Costa dos Santos, que deve ser lançado para disputar o diretório regional, para fechar com Agamenon, que só tinha, até então, o apoio do deputado estadual Cabo Almi.
Em nota, destacaram que o acordo é importante para construir a governabilidade e enfrentar a derrocada do governo golpista. Frisam que é a única forma de recolocar o PT como opção nas próximas eleições.
O acordo em torno de um nome envolvido em escândalo é, literalmente, um tiro no pé do partido. Agamenon era secretário estadual do Trabalho na gestão de Zeca e foi afastado do cargo após o rumoroso “escândalo do FAT”.
Há 18 anos, ele enfrenta 11 ações civis pelo desvio dos recursos, que somaram R$ 2,6 milhões. A maioria não teve sentença até o momento. Em uma, houve sentença em novembro do ano passado, em que Agamenon foi condenado a devolver aos cofres públicos o montante desviado e sem os direitos políticos por cinco anos.
O ex-secretário pode recorrer da sentença, mas sofre o desgaste de ser obrigado a explicar as denúncias de corrupção que se arrastam há quase duas décadas na Justiça Federal. No momento em que o PT é acusado de ser um dos mais corruptos do país, a escolha de dirigentes enrolados com a Justiça só reforça a imagem propalada pelos meios de comunicação.
O PT deveria seguir os conselhos pregados pelos seus fundadores nos anos 80 e 90, de que todo político deveria ser ético e prezar pelos princípios da ética e da probidade. O desgaste só vale a pena para lideranças com voto e respaldo popular, como são os casos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o ex-governador Zeca do PT.
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