O foro privilegiado do deputado estadual Paulo Siufi (PMDB) tirou a Operação Coffee Break, que investiga a suposta compra de vereadores para cassar o mandato de Alcides Bernal (PP), das mãos do “terrível” desembargador Luiz Cláudio Bonassini. A escolha do novo relator foi bem recebida pelos advogados e 24 réus, porque esperam julgamento mais rápido e técnico.
Iniciada em agosto de 2015, a operação que levou a prisão do então prefeito Gilmar Olarte, vive um bumerangue na Justiça. Como não havia mais foro especial, todo o processo, que conta com 24 réus, entre vereadores, ex-vereadores, o ex-governador André Puccinelli (PMDB), os ex-prefeitos Nelsinho Trad e Olarte, e empresários, voltou para a primeira instância.
Antes do juiz se inteirar do processo, Siufi assumiu a vaga de deputado estadual no lugar de Marquinhos Trad (PSD) e toda a papelada voltou a subir para o Tribunal de Justiça. Aí começou o jogo de poder nos bastidores entre os defensores e os acusadores.
Alcides Bernal (PP) e aliados desejavam que o caso voltasse para as mãos de Bonassini, que não se intimidou com o poder dos réus. No entanto, segundo O Jacaré apurou, ele não faz parte do Órgão Especial, que é o foro competente para julgar o caso por causa de Paulo Siufi.
Na manhã de hoje, a Justiça definiu que o relator será o desembargador Júlio Roberto Siqueira. O revisor será o Dorival Moreira dos Santos. A escolha foi aprovada pelos advogados de defesa. Eles consideram que os dois magistrados, assim como o restante do órgão especial, são mais técnicos e experientes para dar mais agilidade ao processo.
A Coffee Break é alvo de outra guerra nos bastidores. Os réus tentam reconstruir a versão rejeitada pelo MPE de que a ação foi tramada nos bastidores pelo ex-prefeito Alcides Bernal. Nesta versão, ele teria comprado testemunhas com vantagens e empregos, com nomeações na prefeitura e por meio de contrato com a Seleta e a Omep.
Bernal, que já pediu para ser assistente de acusação no caso, destaca que foi vítima de um grande complô liderado por Puccinelli, Nelsinho e Olarte. Eles teriam se juntado a outros empresários e vereadores para cassá-lo porque ficaram sem os esquemas de corrupção na prefeitura.
A história é longa e a Coffee Break, por ser julgada em segunda instância, vai definir muitos candidatos ao governo e ao Senado em 2018. A simples sentença condenatória vai tirar postulantes fortes da cédula nas eleições de outubro do próximo ano.