Praticamente todos os integrantes da bancada federal conversaram com os trabalhadores, que acamparam no Aeroporto Internacional de Campo Grande para protestar contra a Reforma da Previdência. Só houve uma exceção, o deputado federal Elizeo Dionizio (PSDB), que chegou todo “boy”, com fones de ouvidos e até seguranças para driblar os manifestantes.
Na manhã de hoje, o tucano embarcou para Brasília e foi o segundo a sinalizar que votará a favor da proposta de Michel Temer (PMDB), que é elevar a idade mínima da aposentadoria para 65 anos, contra os atuais 55 para mulher e 60 para homens. Além disso, para ter direito a 100% do valor do benefício, o trabalhador será obrigado a trabalhar por 49 anos.
Eleito suplente com o apoio da Assembleia de Deus, presidida pelo pai, Antonio Dionizio, o deputado demonstrou que não precisa nem simular o diálogo com os sindicalistas e trabalhadores. Não só ignorou a manifestação ao usar fones de ouvido, como chegou escoltado por dois seguranças, que provocaram os manifestantes.
O tucano sofreu escracho no aeroporto e foi ovacionado como “covarde”. Ele ainda afirmou que os acampados no aeroporto deveriam ser presos, segundo relato dos presentes ao ato. O parlamentar se referiu aos contrários à reforma de “cutistas”, fazendo alusão à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Até o irredutível deputado federal Carlos Marun (PMDB),presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, foi amistoso com os manifestantes. Ele conversou com o grupo e até agendou reunião para ouvi-los. O peemedebista já chamou o grupo, que acampou na porta do residencial Damha, onde mora, de “covarde” e “desrespeitoso”.
O acampamento no aeroporto começou domingo e teve o objetivo de abordar todos os deputados e senadores que embarcavam para Brasília.
Só Dionizio, que chegou a discursar em plenário contra os trabalhadores e até apelou ao lado pessoal para atacar os sindicalistas, ignorou o protesto. Apesar de usar o povo evangélico para ser eleito, o deputado usou o plenário da Câmara para difamar o presidente da Fetems, Roberto Botarelli, de agredir mulheres. O dirigente nega a acusação.
Curta: O JACARÉ