A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) arrecadou R$ 50 mil por dia com a cobrança de multas aplicadas pelos agentes e pelos radares e lombadas eletrônicas no ano passado. No entanto, apesar do órgão acumular R$ 18,3 milhões em caixa, não houve investimento em melhorias para garantir fluidez, segurança e tranquilidade aos motoristas e pedestres na Capital. Amadorismo persiste e problemas crescem no trânsito.
Conforme o balanço de 2016, a arrecadação do órgão de trânsito teve queda de 40% com multas e juros, de R$ 30,5 milhões previstos para R$ 18,2 milhões. A queda ocorreu em função dos problemas de gestão do então prefeito Alcides Bernal (PP).
Só houve investimento de R$ 542,5 mil, uma mixaria diante dos R$ 18,3 milhões acumulados no caixa do órgão. Apesar da queda na receita, o dinheiro em caixa acumulou aumento de 13% em relação aos R$ 16,1 milhões de 2015.
Faltou gestão eficiente e uma política que colocasse as pessoas em primeiro lugar no trânsito. O lema da campanha de Alcides Bernal não saiu do palanque.
A cada dia que passa, o trânsito de Campo Grande fica mais truncado, congestionado e inseguro. A Agência de Trânsito tem milhares de pedidos para instalar redutores de velocidade ou simplesmente sinalizar na frente de escolas públicas e privadas, mas a maior parte no foi atendido.
Esse é o caso da escola particular no Jardim Aero Rancho, onde 500 crianças se arriscam diariamente na saída e entrada do estabelecimento. Não existe faixa de pedestre nem sinalização, para desespero dos pais. Apesar dos pedidos feitos há vários anos, a Agetran não atende a demanda.
A onda verde voltou a ter falhas na região central, onde ainda funcionava. O motorista precisa de muita paciência para trafegar pela Avenida Fernando Corrêa da Costa, no sentido centro-shopping Campo Grande, porque é obrigado a parar a cada 200 metros para testar os nervos com a onda vermelha.
O amadorismo persiste na gestão de Marquinhos Trad (PSD). Os radares foram desligados porque venceu o contrato com a Perkons. O edital da nova licitação, que deve ser vencida pela atual empresa novamente, tanto que nem retirou os equipamentos das ruas e avenidas, nem foi lançado.
O amadorismo ficou evidente no caso da rotatória da Avenida Mato Grosso com a Via Parque, onde houve uma grande mobilização para o fechamento do cruzamento para o início das obras de reordenamento. No entanto, chegou a segunda-feira e o tráfego continuou normal – o aviso da Agetran teve o mesmo valor do testemunho de vida ética de Renan Calheiros, o senador denunciado 11 vezes na Operação Lava Jato.
Marquinhos tem dinheiro, mas só consegue passar rapidez e eficiência nas ações nos programas publicitários. Na prática, o cidadão ainda pena para se acostumar com o diz que não diz da Agência Municipal de Trânsito e o tráfego, cada dia, mais truncado.