A semana expôs falhas graves na operação tapa-buraco e colocou em xeque uma das principais promessas do prefeito Marquinhos Trad (PSD) durante a campanha eleitoral: a qualidade. O Exército reprovou parte do material destinado para o recapeamento do corredor sudoeste. E as ruas e avenidas voltam a ter fissuras imensas após a primeira chuva.
O jornal Campo Grande News expôs a falta de qualidade no trabalho realizado no Jardim dos Estados, área nobre e uma das mais caras da Capital. A operação tapa-buraco realizada no local não resistiu cinco dias. Especialista apontou serviço mau feito, porque não corrigiu falhas antigas nem adotou medidas para melhorar a aderência da massa ao asfalto.
Para quem anda nas ruas de Campo Grande, percebe que a operação já fechou 60 mil buracos, como informa a prefeitura. No entanto, quem não se limite a fechar os olhos para não magoar o chefe do Executivo, consegue ver que os buracos estão voltando rapidamente.
Nesta semana também o Exército, que comanda o recapeamento do corredor sudoeste, revelou que parte do material usado na obra é de baixa qualidade e foi descartada. Agora, fica a dúvida, a lama asfáltica usada na operação tapa-buraco é de qualidade? Nunca ouvi falar que as empresas fazem a checagem da qualidade do material.
Pelo menos até o momento, Marquinhos Trad já investiu R$ 12 milhões no serviço. A qualidade não foi garantida nem com a promessa de que moradores seriam convocados como testemunhas para garantir a execução do serviço, para evitar os famosos buracos fantasmas da gestão Gilmar Olarte .
Além disso, o prefeito já contratou, sem licitação, mais sete empresas, que vão receber R$ 20 milhões para realizar o serviço. O recurso faz parte do convênio firmado com o Governo estadual.
Para desalento do campo-grandense, que se revolta com a falta de qualidade realizada há décadas, nada evoluiu, até o momento. Não bastasse não recuperar a qualidade da pavimentação, a operação mantém os mesmos vícios de outros anos e continua como um sumidouro do dinheiro público.