Em um ano, o custo do uniforme para os estudantes da rede municipal de ensino vai ficar 107% mais caro em Campo Grande, apesar da inflação brasileira não ter ficado acima de 6,5% em 12 meses. Além do desembolso maior, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) não fez licitação e recorreu a ata de outra cidade para contratar a empresa do interior de São Paulo.
Conforme o Diário Oficial de hoje, o contrato de R$ 7,876 milhões foi assinado pela secretária municipal de Educação, Ilza Matheus. Ela vai aderir à ata da licitação realizada pela Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes (SP).
A empresa contratada é a Reverson Ferraz da Silva – ME, com matriz em Cerquilho (SP). O valor a ser pago vai ser o dobro do desembolsado no ano passado, quando foram pagos R$ 3,8 milhões. Na ocasião, a prefeitura contratou a Nilcatex Têxtil e houve a polêmica de que alguns produtores eram importados do Paraguai.
O valor a se pago por Marquinhos representa acréscimo de 107% em relação ao desembolsado no ano passado, na gestão de Alcides Bernal (PP). Neste período, a inflação ficou sob controle e não houve explosão no número de estudantes matriculados na rede municipal, que conta com aproximadamente 105 mil estudantes.
O material vai ser entregue com atraso pelo quinto ano consecutivo. As aulas começaram em fevereiro e o material só deve chegar em meados de abril. Marquinhos repete os antecessores, Alcides e Gilmar Olarte, que entregaram os uniformes com atraso. O último prefeito a entregar os uniformes no início das aulas foi Nelsinho Trad, irmão do atual prefeito.
Outro problema nas escolas municipais é a falta de merenda. Em várias escolas, diretores e professores estão fazendo vaquinha para comprar produtos alimentícios e evitar que os estudantes fiquem com fome.