A primeira grande manifestação contra a Reforma da Previdência levou aproximadamente um milhão de pessoas às ruas do País no último dia 15. Além dos protestos, greves na educação ganham força em vários estados, inclusive Mato Grosso do Sul. Acuados, os únicos deputados, que ainda seguem firme à proposta do presidente Michel Temer (PMDB), partem para o ataque com o uso de mentiras e insinuações maldosas.
Apontado pelo senador Renan Calheiros (PMDB) de ser o representante do ex-deputado Eduardo Cunha, preso por diversas denúncias de corrupção na Operação Lava Jato, Carlos Marun não se intimidou com o protesto e até gravou vídeos para atacar os manifestantes.
Presidente da Comissão Especial de Reforma da Previdência na Câmara, ele qualificou o ato na frente do residencial Damha II, onde reside, como “covarde” e “desrespeitoso”. Assessores usaram as redes sociais e aplicativos para espalhar de que o ato era promovido por “petralhas” e até insinuam que os professores seriam vagabundos, porque sairiam correndo ao ver uma carteira de trabalho.
Marun insiste que os contrários à reforma estão espalhando mentiras. Ele segue a mesma retórica de Temer, de que não haverá perda de direitos. “Apenas”, segundo o peemedebista, haverá mudança na idade mínima para a concessão da aposentadoria, de 55 para 65 anos para as mulheres e de 60 para 65 para os homens.
A situação será ainda pior para os professores. As professoras correm o risco de ter o direito à aposentadoria atrasado em 15 anos, de 50 para 65 anos. Os trabalhadores da educação do sexo masculino de 55 para 65 anos. Muitos professores já enfrentam problemas de saúde com a voz, mãos e coluna aos 50 anos, antes do período para ter o direito, imagine chegar aos 65 anos.
Outro que fez um discurso raivoso foi Elizeu Dionizio (PSDB),que é evangélico e se tornou suplente graças ao apoio da igreja. Em discurso no plenário da Câmara, ele acusou o presidente da Fetems, Roberto Botarelli, de ter agredido a mulher. O sindicalista nega a denúncia. No entanto, Dionízio usa a imunidade parlamentar para atacar os líderes da mobilização.
Após a manifestação, já houve posição contra a reforma de seis dos oito deputados federais do Estado: Zeca do PT, Vander Loubet (PT), DagobertoNogueira (PDT), Tereza Cristina Corrêa (PSB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Geraldo Resende (PSDB).
Dionizio diz que não votará do jeito que está, mas se mantém no front contra os protestos dos trabalhadores.
Marun já proclamou que não muda uma linha da proposta, porque vota pelo Brasil, nem que isto custe a exclusão de 79% dos trabalhadores do direito à aposentadoria. A pergunta que fica: quem será contemplado pelo Brasil de Marun? Milhares de trabalhadores correm o risco de contribuir com o INSS e morrer antes de usufruir do benefício.