O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, trata como “grande chefe” o acusado de liderar uma organização criminosa no Paraná. A conversa dele com o suspeito, o superintendente regional de Agricultura naquele estado, Daniel Gonçalves Filho, foi interceptada pela Polícia Federal.
O “amigo” do ministro é alvo da maior operação contra a corrupção realizada pela PF. Ele é o principal alvo da Operação Carne Fraca, que investiga a venda ilegal de carne por frigoríficos. Os criminosos teriam desviado R$ 1 bilhão.
O ministro, que é deputado federal pelo Paraná, intercede pelo dono do frigorífico Larissa, que foi deputado federal por São Paulo, Paulo Rogério Sposito. Ele teria sido atuado por um fiscal agropecuário e pediu “ajuda” do atual ministro para se livrar da infração.
Como é praxe no Governo Michel Temer, os jornais nacionais não acharam nada demais o ministro da Justiça do Brasil chamar um bandido de “grande chefe”. O pior é que nem no Paraguai um ocupante de cargo público sobreviveria com uma suspeita dessa, mas no Brasil pode tudo, é o escárnio com a sociedade.
Serraglio deveria pedir demissão, porque vale a velha máxima, não basta a mulher de César ser honesta, mas ela deve parecer honesta.