
Com a reforma administrativa, efetivada nesta sexta-feira, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), demitiu o chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, envolvido no boato de que houve gravação de suposta cobrança de propina em um frigorífico. Ele também aproveitou para dar o cargo para o advogado Marcelo Monteiro Salomão, que foi secretário municipal de Educação na gestão de Gilmar Olarte e é genro da secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amedola da Motta.
O ex-secretário assume a vaga de superintendente do Procon, no lugar de Rosimeire Cecília da Costa. Ela teve destaque na luta contra o “cartel” dos postos de gasolina em Campo Grande. Após serem enquadrados pelo Procon, os empresários reduziram o preço dos combustíveis.
Salomão ficou pouco mais de um mês na Secretaria Municipal de Educação. Ele assumiu a vaga em julho e deixou o cargo após Olarte ser afastado pela Justiça.
O advogado também é casado com Viviane Amendôla da Motta, filha da secretária de Educação, Maria Cecília. Apesar do parentesco, o advogado ocupava o cargo de superintendente de Finanças e Orçamento, que é chefiada pela sogra.
Reinaldo aproveitou a reestruturação administrativa para se livrar de Sérgio de Paula. Poderosíssimo na articulação política do Governo, ele caiu em desgraça após o vazamento de que houve a gravação de um vídeo sobre a cobrança de propina em um frigorífico do interior.
O governador nunca desmentiu os boatos e aproveitou a reforma para acabar com Casa Civil, cujas atribuições serão repassadas para o dirigente do solidariedade, Alessandro Menezes, que ficará subordinado ao novo poderoso da administração estadual, o secretário de Governo, Eduardo Riedel.
De Paula vai assumir, pelo menos é a versão apresentada pelo Governo, a articulação política do PSDB. Só tem uma diferença, sem o poder da caneta e da máquina pública.
Apesar de ter se envolvido em denúncia de assédio sexual, o ex-prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, cede o lugar para o turismólogo Bruno Wenling, que assume a presidência da Fundação de Turismo. O governador aproveitou e demitiu a jornalista Nilmara Caramalac Simões, que fez a denúncia contra Cintra.
Maria do Carmo Avesani perdeu o cargo de secretária de Habitação, mas vai ficar como diretora-presidente da Agehab (Agência Estadual de Habitação). Só houve mudança na Agesul, que tinha a presidência acumulada pelo secretário estadual de Infraestrutura, Ednei Marcelo Migioli. O novo presidente será o atual secretário-adjunto da pasta, Emerson Antônio Marques Pereira. E o adjunto passa a ser Helianey Paulo da Silva.
Ainda o Diário Oficial de hoje, o governador autorizou a cedência do auditor fiscal Paulo Roberto Duarte para a Assembleia Legislativa. O ex-prefeito de Corumbá chegou a ser cotado para assumir a Secretaria de Fazenda, no lugar de Márcio Monteiro, mas a negociação não avançou. Com salário de R$ 42 mil por mês, ele optou com ônus para a origem.