Os trabalhadores mostraram força e surpreenderam com a primeira greve contra a Reforma da Previdência. Em Mato Grosso do Sul, houve a paralisação por 2h30 do transporte coletivo na Capital, escolas sem aulas, manifestações e bloqueios de rodovias. A mobilização aumenta a pressão contra os oito deputados federais e os três senadores, que vão começar a votar a proposta em abril deste ano.
A primeira surpresa foi a paralisação dos motoristas dos ônibus urbanos, que cruzaram os braços das 5h às 7h30 desta quarta-feira. Dificilmente, a categoria paralisa os serviços na Capital.
Comandada pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), a greve por tempo indeterminado deixou aproximadamente 500 mil estudantes da rede pública sem aula no Estado. Em Campo Grande, as creches fecharam em apoio ao ato. Os funcionários dos Correios também aderiram à greve.
O MST apoia o ato e se junto com os professores para bloquear as principais rodovias no Estado. Os protestos tiveram adesão e ocorreram sem incidentes.
Um grupo de professores e sindicalistas acamparam em frente ao Residencial Damha, onde mora o deputado federal Carlos Marun (PMDB), fiel aliado de Eduardo Cunha e presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.
Além do peemedebista, os protestos visam convencer os deputados federais Elizeu Dionizio e Geraldo Resende, do PSDB, Tereza Cristina Corrêa da Costa (PSB), e Luiz Henrique Mandetta (DEM). A princípio, só os deputados Zeca do PT, Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT) são contra a reforma proposta por Temer.
Antes da mobilização de hoje, PT, PDT, PSB, PSOL e PROS, entre outros, já fecharam questão contra a mudança, que penaliza os trabalhadores. A proposta é elevar a idade mínima para 65 anos para ambos os sexos, enquanto hoje os homens se aposentam com 60 e as mulheres, 55. Além disso, eleva o tempo de contribuição de 35 para 49 anos para ter direito a 100% do salário.
Os senadores Pedro Chaves (PSC) e os peemedebistas Waldemir Moka e Simone Tebet, só vão analisar a proposta no segundo semestre.
Simone ainda tem que explicar a pensão da mãe, Fairte Nassar Tebet, que ganha pensão de R$ 31,4 mil por mês porque o marido, Ramez Tebet, foi governador de MS por dez meses. Pela proposta de Temer, a pensão será reduzida para 50% e ainda não será vinculada ao reajuste do salário mínimo.
A guerra entre os trabalhadores, que serão atingidos pela reforma, e o Governo de Michel Temer, está apenas no início. No entanto, os sindicatos vão ganhando na campanha e na mobilização até o momento.