A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal aceitou, na tarde desta terça-feira, denúncia contra o deputado federal Vander Loubet (PT). Ele se tornou réu por suposta vantagem indevida de R$ 1 milhão desviados da BR Distribuidora. A decisão pode fortalecer o atual presidente do PT, professor Antonio Carlos Biffi, que ganha força para ser reeleito e ainda tem chance de ganhar a vaga de deputado federal.
Esta é a segunda notícia ruim para a família Santos neste mês. A primeira foi contra o tio do petista, o deputado federal Zeca do PT. Ele foi condenado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul pelo escândalo conhecido como “farra da publicidade”.
Além de causar reviravolta no caso, já que o ex-governador vinha sendo absolvido de todos os processos em primeira instância, a sentença tira o petista da disputa das eleições de 2018, quando planejava disputar uma das duas vagas de senador. Zeca era favorito e tinha boas chances na concorrência para suceder Reinaldo Azambuja (PSDB).
Hoje, o STF aceitou a denúncia contra Loubet, sobrinho de Zeca. Ele foi delatado pelo doleiro Alberto Youssef. Para os ministros da 2ª Turma, há indícios de que o deputado federal recebeu R$ 1 milhão desviados da BR Distribuidora e pagos em 11 parcelas entre 2012 e 2014, quando foi reeleito.
Ele vai responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Além dele, vão responder pelos mesmos crimes o ex-ministro no Governo Collor, Pedro Paulo Leoni Ramos, e o cunhado de Vander, Ademar Chagas.
O STF tem demorado nos julgamentos. Vander foi denunciado em março de 2015 e só agora se tornou réu. Nenhum dos 50 denunciados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na época, foram condenados até o momento.
Contudo, a decisão tem um reflexo imediato: impacta na sucessão regional do PT. No Estado, Loubet se aliou ao tio, Zeca do PT, para tirar Biffi do comando da legenda. Os dois tiveram revés na Justiça neste mês e perdem força na disputa, principalmente, em um momento que o PT tenta se reerguer após os estragos causados pela Lava Jato.
Caso seja julgado, condenado e cassado, ele cede lugar a Biffi, que é o primeiro suplente da coligação e foi deputado federal por três mandatos consecutivos.