Uma velha manobra para contratar empresa “amiga” pode ocorrer nos próximos dias. Como a licitação para a compra de merenda emperrou com a reprovação dos produtos apresentados por quatro empresas, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) pode repetir o antecessor, Alcides Bernal (PP) e firmar contrato de emergência para garantir a alimentação dos alunos das creches e escolas municipais.
Na terça-feira, a Diretoria de Compras e Licitação da Prefeitura reprovou os produtos apresentados por quatro empresas que participam do certame. O curioso é que a empresa JR Comércio e Serviços foi desclassificada no lote 4, mas reconvocada para apresentar os produtos no lote 1. Outras três empresas foram convocadas para dar seguimento ao pregão. Os materiais deverão ser apresentados para análise até amanhã.
O problema é que o estoque de 115 toneladas, que começou a ser distribuído em janeiro, só é suficiente para dois meses, ou seja, início de abril. Se Marquinhos não tiver uma carta na manga, pode voltar a faltar merenda na rede municipal de ensino.
Como a comissão está sendo rigorosa ao avaliar a “qualidade dos alimentos”, a prefeitura corre o risco de não concluir o pregão até lá. Neste caso, o prefeito pode repetir Bernal e contratar uma empresa sem licitação e de forma emergencial.
Essa manobra resultou na contratação da Salute Alimentos, que não tinha sede nem caminhões para entregar a merenda, mas recebeu R$ 4,3 milhões do município. O polêmico contrato levou à cassação do então prefeito. A Justiça Federal acatou denúncia do Ministério Público Federal contra Bernal por improbidade administrativa.
Mas a equipe de Marquinhos vem tendo problemas também na compra de uniformes. Ele não está conseguindo realizar a compra nem pegando carona na licitação de outra cidade, a mesma prática já adotada por Bernal.
Agora, a dúvida é se a Câmara Municipal vai fiscalizar de forma “efetiva” a atual gestão? Ou os vereadores vão “entender” os motivos do atual prefeito?