Além de colocar a Câmara Municipal nas páginas policiais, os vereadores custaram muito dinheiro ao contribuinte de Campo Grande. Só no ano passado, cada parlamentar custou R$ 2,288 milhões aos cofres municipais, conforme balanço publicado nesta terça-feira (7).
O legislativo usou uma “tática” para não realizar licitação e só firmar contratos mediante convite. Só na contratação de terceiros, os gastos somaram R$ 10,6 milhões.
Conforme o balanço publicado hoje, a Câmara gastou R$ 66.372.478,07 no ano passado, já descontando os R$ 1,927 milhão devolvidos à prefeitura. Ou seja, dividindo o montante pelo número de parlamentares, o desembolso foi de R$ 2.288.706,14 (dois milhões, 288 mil, 706 reais e 14 centavos) por cada vereador.
O presidente da Casa, vereador João Rocha (PSDB) destinou R$ 7,055 milhões para o pagamento de terceiros – pessoa jurídica. Outros R$ 3,637 milhões foram para o pagamento de serviços terceirizados – pessoa física. Soma-se a isso, mais R$ 1,4 milhão com material de consumo. O restante foi para o pagamento de salários dos vereadores e funcionários.
Ao constatar os contratos firmados pelo legislativo, uma curiosidade. Para não realizar licitação (modalidade de concorrência ampla), o valor do serviço não superou R$ 150 mil. A modalidade usada foi a carta convite.
A reforma dos 29 gabinetes e cinco departamentos custou R$ 144.500. Já a reforma do plenário saiu por R$ 147.988,50. Outros contratos firmados foram na faixa de até R$ 70 mil.
Já os vereadores, além do salário de R$ 15.031,76, receberam a verba indenizatória de até R$ 8,4 mil. A maior parte foi gasta com gasolina e óleo diesel. O então vereador Flávio César (PTdoB) chegou a gastar R$ 6.514,46 com o combustível em único mês, suficiente para comprar 1,8 mil litros, suficiente para rodar 12,6 mil quilômetros em 30 dias.
Não bastasse custar R$ 2,2 milhões por ano, o vereador da legislatura passada protagonizou vários escândalos, como a venda de voto para cassar o mandato de Alcides Bernal (PP), compra de eleitor para se eleger e exploração de prostituição infantil.