A Polícia Federal prendeu uma penca de doleiros ligados ao PMDB, mas não chegou a nenhum simpatizante ou filiado do partido do presidente da República, Michel Temer. O mais curioso nesta história é que apesar de todas as operações, nenhum peemedebista graúdo, com exceção de Sérgio Cabral e Eduardo Cunha, caiu em desgraça ou foi parar atrás das grades.
Na quinta-feira, em nova operação, a PF prendeu dois doleiros ligados ao ex-presidente do Senado, Renan Calheiros. Não foram os únicos ligados ao senador, agora líder do partido no Senado, que acabaram detidos em operação contra a corrupção. Mas Renan segue com a fama de intocável.
Não é o único citado nas delações da Odebrecht e outras empresas investigadas na Lava Jato que segue firme e forte. Alguns chegam a ter proteção imortal. É o caso do ex-presidente José Sarney, que faz parte dos bastidores da República há décadas, e conta até com a proteção do Supremo Tribunal Federal. Apesar de não ter foro, o maranhense tem poder a ponto dos “amigos da mais alta corte” o manterem longe da fúria de Sérgio Moro.
O tesoureiro do PMDB, o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, nem foi alvo de busca e apreensão, vive no reino de tranquilidade e curtindo as dádivas do paraíso tão certo da impunidade quanto o ar que respiramos.
E assim caminha o Brasil, com o PMDB citado em todas as delações, mas cada dia mais forte. Até quando a impunidade vai persistir com o partido que surgiu para derrubar a ditadura e se transformou no maior foco de corrupção do país?