O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) vem impondo a política de austeridade com o funcionalismo público estadual, que deverá ficar sem reajuste pelo terceiro ano consecutivo e ainda pagar 27% a mais para a previdência. No entanto, a mesma regra não vale para os amigos, que até são contemplados com polpudos salários.
Logo após assumir, em janeiro de 2015, o tucano prometeu austeridade nos gastos públicos. No entanto, passado dois anos, não conseguiu equilibrar as contas.
Aí fica um mistério, o Governo não realiza grandes obras, não reajusta salários e não teve gastos emergenciais fora da curva, ou seja, do previsto. Onde está sendo gasto o dinheiro público? É um mistério que vamos tentar desvendar após o Carnaval.
Como parte da política de arrocho, o Governo publicou que dará menos feriados prolongados neste ano. A medida é divulgada como um ponto positivo. No entanto, para o funcionalismo, a medida faz parte da lista de maldades.
Além de ter menos dias para descansar, os servidores não deverá ter nem a reposição da inflação neste ano. No discurso feito com os deputados, Azambuja apontou como principal causa a queda na arrecadação do ICMS sobre o gás importado da Bolívia, que teve queda superior a 50%.
Segundo o presidente da Fetems, Roberto Botareli, o Governo ainda não regulamentou uma lei que garantiria a promoção de mil funcionários da educação, não cumpriu acordo firmado com a Justiça nem repassou para o salário dos professores o reajuste no piso nacional.
Além de tudo isso, em março, Azambuja enviará à Assembleia a proposta de elevação da alíquota da previdência, que passará de 11% para 14%. O valor pago, neste caso, terá aumento de 27% – por exemplo, se o servidor recebe R$ 1 mil de salário, contribui com R$ 110, com a mudança na alíquota, o valor salta para R$ 140.
Sem falar na PEC dos Gastos, já encaminhada, que limita o aumento nos gastos com pessoal à inflação do ano anterior.
Por outro lado, Reinaldo é meigo e bondoso com os amigos. Segundo denúncia publicada pelo Top Mídia News e pelo Boca do Povo, Édio Antônio Rezende de Castro tem salário de R$ 30 mil como assessor especial da Casa Civil. Ele acompanha o governador desde a época em que era prefeito de Maracaju e recebe salário maior até do que o poderoso chefe da pasta, Sérgio de Paula, que ganha R$ 24,3 mil.