Único peemedebista a ser encurralada na caçada contra a corrupção do juiz paranaense Sérgio Moro, o ex-deputado federal Eduardo Cunha ainda pode por fim à “suruba” do governo de Michel Temer (PMDB). Aliás, só ele pode acabar com a tranquilidade dos atuais detentores do poder na república.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados é o único preso graúdo que não é filiado ao PT. Ele liderou o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mas foi expulso da sala quando a suruba, termo definido pelo líder do Governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB), começou em Brasília.
Temer ignora os clamores da sociedade por mais ética e transparência. Ele mantém ministros enrolados na Lava Jato nos cargos e vem comandando a toque de caixa a aprovação de reformas polêmicas, como a da Previdência Social, do Ensino Médio e a trabalhista.
Apesar de não ter respaldo na sociedade, Temer não vê problemas no horizonte em manter a suruba – de fazer o que bem quiser, com quiser e quando quiser.
Só Eduardo Cunha pode estragar a festa. A sua última esperança antes de chutar o balde é articulação nos bastidores do Supremo Tribunal Federal para liberá-lo antes de abrir o bico. Os ministros trabalham nos bastidores para que o peemedebista saia da cadeia com liminar do Superior Tribunal de Justiça.
E o clamor social pela prisão de Cunha? Ah, e tem alguém em Brasília preocupado com outra coisa que não seja estancar a sangria da Lava Jato.