Não demorou 60 dias para se descobrir o “segredo” envolvendo o prefeito Alcides Bernal (PP) e a Águas Guariroba. A concessionária manteve o tapa buracos logo após o retorno do progressista, no ano passado, quando todas as empresas suspenderam o serviço. Quando ambos eram questionados, a desculpa esfarrapada de sempre, de que tudo era política de boa vizinhança.
Nesta terça-feira, o jornal Correio do Estado acabou com o mistério. Bernal decidiu parar de cobrar o valor mensal da concessão, que poderia chegar a mais de R$ 50 milhões durante o contrato.
Logo após ser reempossado pela Justiça, o então prefeito brigou com as demais empresas e recorreu à bondade da concessionária para manter equipe de tapa buracos nas ruas da cidade. Apesar da pressão da mídia, ninguém revelou de onde saia o dinheiro para a concessionária tampar os buracos.
Agora, parte da parceria foi desvendada. Bernal manteve a bondade do antecessor, Gilmar Olarte, que tinha aceitado o pedido da empresa para deixar de pagar a “mensalidade” em troca da antecipação das obras previstas no contrato de concessão.
Como o contrato de concessão garante o equilíbrio financeiro da concessionária, a conta ainda pode sobrar para o morador da Capital. A conta de água pode subir para que a empresa não perca a capacidade de investimento e de manutenção do sistema de água e esgoto.
Nos tempos atuais, a população já sabe que nada vem de graça. A época em que os governantes recorriam a simulacros e mirabolantes operações de crédito para manter as contas em dia não existe mais.
Alguém paga a conta. Simples assim, mesmo que seja um golpe.
Isto também vale para o atual prefeito, Marquinhos Trad (PSD), que vem propagando a intenção de reduzir a taxa de esgoto, em 70%. Pelo contrato firmado com a empresa, o percentual pode chegar a 100%. Se reduzir, a conta vai ser paga por alguém.