O ano começa com cinco nomes definidos na disputa do Governo de Mato Grosso do Sul: André Puccinelli (MDB), Eduardo Riedel (PSDB), Marquinhos Trad (PSD), Rose Modesto (PSDB) e Zeca do PT. Por outro lado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) terá um grande dilema: apoiar o candidato tucano e dividir o palanque no Estado com um dos principais desafetos na sucessão presidencial, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
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Em entrevista ao jornalista Bruno Arce, do jornal O Estado de MS, o liberal afirmou que a ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, vai definir o seu candidato a governador em MS. No momento, a deputada federal licenciada vem percorrendo os municípios como pré-candidata a senadora na chapa de Riedel, que é do PSDB e terá candidato próprio à presidência da República.
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O plano de Tereza e Riedel caminha para repetir o imbróglio ocorrido em 2014, quando Reinaldo Azambuja (PSDB) percorreu o Estado com Delcídio do Amaral (PTB). Na época, o ex-senador era do PT e era o favorito em todas as pesquisas para suceder Puccinelli. No entanto, na hora da decisão, o PSDB e o PT vetaram a aliança entre os dois políticos e o tucano acabou derrotando Delcídio no segundo turno.
Como a prioridade de Bolsonaro é formar uma grande bancada no parlamento, Tereza Cristina não cogita repetir a história, mas poderá abandonar o secretário estadual de Infraestrutura para não desagradar Jair Bolsonaro. Ela tem a opção de embarcar na candidatura de Marquinhos, já que o irmão, o senador Nelsinho Trad (PSD), é um dos principais aliados do presidente.
Outra opção é a ministra apoiar o ex-governador André Puccinelli, de quem foi secretária estadual de Produção. O emedebista foi o padrinho de Tereza na política. Neste cenário, para contar com o apoio de Bolsonaro, o MDB pode lançar Simone para uma vaga de deputada estadual já que o marido, Eduardo Rocha, deve continuar como secretário de Governo de Reinaldo e abrir mão da reeleição.
Mesmo sem garantir um grande arco de alianças, Marquinhos vem deixando claro que não teme renunciar a dois anos e meio de mandato como prefeito da Capital para disputar o Governo. Ele deixou claro que não depende de política para viver e vai disputar a sucessão estadual neste ano.
Puccinelli também vem deixando claro que não vai desistir desta vez. O emedebista é réu em várias ações da Operação Lama Asfáltica e até foi condenado por improbidade administrativa por coagir eleitores nas eleições de 2012. No entanto, o ex-governador continua ficha limpa porque não foi condenado em segunda instância e aposta na vitória para se livrar de vez das investigações por corrupção e do desvio milionário dos cofres estaduais.
Eduardo Riedel vem percorrendo os municípios e aposta no pacote de bondades para ganhar força na disputa. Reinaldo vem se esforçando para fazer o sucessor e anunciou o programa Mais Social, a Caravana da Saúde, a CNH Social, incentivo para o turismo e até vai pagar a conta de luz de 141 mil famílias carentes por um ano.
Depois de sete anos de medidas impopulares, o PSDB aposta nas medidas para fazer história e emendar o terceiro mandato consecutivo no Estado. Os antecessores, como Pedro Pedrossian, Wilson Barbosa Martins, Zeca do PT e André Puccinelli não conseguiram eleger o sucessor no Estado.
Rose Modesto assume que mira o Poder Executivo. No entanto, a deputada federal ainda não definiu se troca o PSDB pelo Podemos, que terá o ex-juiz Sergio Moro como candidato a presidente, ou a União Brasil, que terá tempo de televisão e dinheiro de sobra para lançar um candidato. Se optar pelo primeiro, a professora acaba perdendo o apoio de Bolsonaro, que tem o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública como um dos seus principais inimigos.
A deputada ainda tem como opção o Progressistas, partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, de quem é aliada no Congresso Nacional. Marquinhos e André sinalizam que poderiam contar com a parlamentar como candidata ao Senado.
O ex-governador Zeca do PT garante que será candidato a governador pela 4ª vez e aposta na popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para se tornar competitivo e chegar ao segundo turno. Ele chegou a desistir da política, mas mudou de ideia com a recuperação dos direitos políticos de Lula.
Ainda correm por fora o deputado estadual João Henrique (PL), que sonha ser o candidato de Bolsonaro no Estado, e o ex-vereador Vinicius Siqueira (PROS), que vem se colocando como o representante da direita anti-bolsonarista.