O ano de 2021 terminou sem a Polícia Federal descobrir o dono da fortuna apreendida no fundo falso de um bitrem com placas de Maracaju em São Paulo no dia 30 de setembro deste ano. Os policiais militares paulistas encontraram R$ 11,7 milhões, atualizando a cotação oficial do dólar, na Rodovia Raposo Tavares (MS-270). O mistério sobre o dono do dinheiro continua.
[adrotate group=”3″]
A fortuna é a 3ª maior apreendida na história brasileira, só atrás dos R$ 51 milhões apreendidos no bunker do ex-deputado federal Geddel Vieira Lima (MDB), em Salvador (BA) na Operação Tesouro Perdido, e dos R$ 12,8 milhões encontrados na Operação Paraíso Fiscal, deflagrada pela PF contra auditores corruptos da Receita Federal.
Veja mais:
Polícia vai investigar se há elo entre fortuna apreendida em SP e corrupção em Maracaju
Polícia de SP apreende bitrem de Maracaju com 11,5 milhões em reais e dólares em espécie
Não é só Geddel! PF mira rota do dinheiro do crime e apreende R$ 883 mil em apartamento
O DRACCO (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado) apurou se havia ligação com o esquema de corrupção do ex-prefeito de Maracaju, mas não encontrou nenhum indício com o ex-prefeito Maurílio Ferreira Azambuja, o Dr. Maurílio (MDB). O emedebista foi preso na Operação Dark Money, que apontou a criação de uma conta secreta par desviar mais de R$ 23 milhões dos cofres municipais.
A origem e o destino do dinheiro apreendido em São Paulo ficou a cargo da Polícia Federal de Presidente Prudente. A investigação segue em sigilo e movimenta uma série de teorias da conspiração sobre os donos, que podem ser políticos e até narcotraficantes.
O Correio do Estado chegou a noticiar que a grana era encaminhada para Iguatemi, no sul do Estado. No entanto, o motorista não teria revelado mais pistas de quem o contratou para trazer o dinheiro até Mato Grosso do Sul.
A Polícia Militar Rodoviária de São Paulo só descobriu o dinheiro após o condutor demonstrar nervosismo. Ao realizar uma busca minuciosa no bitrem com dois semirreboques, eles encontraram R$ 7,207 milhões em moeda nacional e 798.560 dólares americanos (o equivalente a R$ 4,519 milhões considerando-se a cotação de que um dólar vale R$ 5,66) no fundo falso do teto do veículo.
A fortuna foi encaminhada para a PF de Presidente Prudente, que nunca mais deu detalhes do inquérito criminal. O dono poderia resgatar o dinheiro caso comprove a origem e recolha os impostos devidos.
Em Mato Grosso do Sul, nenhuma operação encontrou tanto dinheiro. A Operação Mineração de Ouro, que apura venda de sentença e corrupção supostamente praticados por três conselheiros do TCE, encontrou R$ 1,6 milhão. A Operação Omertà, do Garras e Gaeco, encontrou apenas R$ 160 mil com o grupo do empresário Jamil Name.
A Operação Grãos de Ouro, do Gaeco, apreendeu R$ 527 mil em poder do produtor rural Enelvo Freis, dono de uma fortuna estimada em mais de R$ 420 milhões. Ou seja, nunca houve a apreensão de algo similar nas operações de combate à corrupção e ao narcotráfico em Mato Grosso do Sul.
A expectativa é de que a PF desvendará em 2022 o misterioso milionário que se arriscou a transportar uma fortuna em um bitrem guiado por um desconhecido.