O ex-governador André Puccinelli (MDB) vai enfrentar o 3º julgamento na Justiça Federal em decorrência da Operação Lama Asfáltica. O juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, acatou o pedido para fazer perícia e mandou marcar a audiência de instrução para ouvir as testemunhas na denúncia de superfaturamento e desvios na obra da MS-430 e de inclusão de dados ideologicamente falsos para a liberação do dinheiro do financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
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Além do ex-governador, os réus são o ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, a ex-presidente da Agesul, Maria Wilma Casanova Rosa, o empresário João Amorim, e sua sócia Elza Cristina Araújo dos Santos, os servidores estaduais Hélio Yude Komiyama, Fausto Carneiro da Costa Filho, Wilson Roberto Mariano, o Beto Mariano, e Luiz Cândido Escobar, e os engenheiros Marcos Tadeu Enciso Puga e Rômulo Tadeu Menossi.
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Esta é mais uma ação desmembrada da primeira protocolada contra Puccinelli em dezembro de 2017. A primeira com julgamento marcado é da utilização do avião apelidado de “Cheia de Charme”, de João Amorim e João Roberto Baird, o Bill Gates Pantaneiro, por André e Giroto.
A segunda é decorrente da suposta fraude, desvios e superfaturamentos na obra de pavimentação da Avenida Lúdio Martins Coelho, em Campo Grande. A obra do PAC Lagoa teria causado prejuízo à União de mais de R$ 4,8 milhões.
Agora, o terceiro a ser marcado será do suposto desvio ocorrido na MS-430, a nova rota do turismo, entre os municípios de Rio Negro e São Gabriel do Oeste, que teve 57 quilômetros executados pela Proteco.
Puccinelli queria a realização de perícia técnica em toda a extensão. O pedido foi negado pelo magistrado. No entanto, Teixeira acatou o pedido para fazer a perícia nos quatro lotes executados pela empresa de João Amorim.
Devido a complexidade do trabalho, ele nomeou dois peritos para a elaboração dos laudos: Victor Hugo Fabrício Godoy e Ricardo Fonseca Coppola. Eles deverão dizer se aceitam o serviço e apresentar a proposta de honorários. O laudo deverá ser executado em 45 dias.
Paralelamente, o magistrado determinou o agendamento do início do julgamento para ouvir a testemunha arrolada pelo Ministério Público Federal neste caso. Em seguida, ele ouvirá os depoimentos das pessoas indicadas pelos réus.
O agendamento dos julgamentos pode comprometer os planos de Puccinelli, que apostava no sumiço das denúncias do noticiário para se fortalecer na disputa do Governo em 2022. Principal estrela do MDB, o ex-governador pode se dividir entre a campanha na rua e o banco dos réus na Justiça Federal.
O primeiro julgamento do emedebista seria o suposto pagamento de R$ 25 milhões em propina pela JBS. No entanto, o Tribuna Regional Eleitoral da 3ª Região suspendeu a audiência e transferiu o processo para a Justiça Estadual.