Dono da Mil Tec Tecnologia da Informação, sucessora da Itel Informática nos milionários contratos com o governo do Estado, Ricardo Fernandes Araújo é o principal doador das campanhas eleitorais do prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB), que busca a reeleição em Três Lagoas, e do vereador Ademir Santana (PSDB), denunciado na operação Omertà por extorsão.
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Conforme consulta à Justiça Eleitoral, o empresário, registrado com o nome Ricardo F, doou R$ 460 mil para seis candidatos em Mato Grosso do Sul, todos do PSDB, o partido do governador Reinaldo Azambuja.
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O maior valor coube a Guerreiro, cuja campanha recebeu R$ 150 mil. Com esse total, Ricardo lidera o ranking de doadores para o candidato, respondendo por 33% dos R$ 449 mil arrecadados até terça-feira pelo tucano em Três Lagoas.
A segunda maior doação do empresário foi para o vereador Junior Longo, que busca a reeleição na Câmara Municipal de Campo Grande. Os R$ 100 mil doados pelo empresário correspondem a 83% dos R$ 119.212 já arrecadados na campanha.
Denunciado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) por extorsão majorada junto com Jamil Name, resultado da quinta fase da Omertà, Ademir Santana recebeu doação de R$ 60 mil do empresário. Apesar de o valor ser menor, o total também levou o dono da Mil Tec ao topo do ranking de doações. Até então, a campanha do vereador recebeu R$ 94.995.
Do total de R$ 460 mil, R$ 150 mil, fracionados em R$ 50 mil, foram doados para os candidatos a prefeito Jair Boni Cogo (Cassilândia), Roberto Hashioka (Nova Andradina) e João Paulo Krug (Chapadão do Sul).
De acordo com consulta ao Portal da Transparência do governo de MS, a Mil Tec Tecnologia da Inofrmação Ltda, com sede em Campo Grande, recebeu R$ 32,4 milhões neste ano. Sendo o contrato de maior valor com a Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda).
Economista aposentado, Ricardo Fernandes Araújo era sócio de João Baird na Itel Informática, empresa dona de grandes contratos com o poder público. Baird deixou a sociedade após a operação Lama Asfáltica, realizada pela PF (Polícia Federal).
Ricardo foi denunciado por lavagem de dinheiro junto com André Luiz Scaff, conhecido como “vereador sem voto” devido a influência exercida por décadas na Câmara Municipal de Campo Grande. O processo está na 3ª Vara Criminal e tem audiência no dia 26 para oitiva de testemunhas.
Essa é segunda campanha eleitoral em que empresas estão proibidas de doar. Como exibido pelas operações, o financiamento de candidatos era uma forma de disfarçar pagamento de propina.