A compra de 1,4 milhão de máscaras pela Prefeitura de Campo Grande vem causando polêmica em torno do preço de R$ 89 a unidade. Adversários com má fé transformaram a aquisição em fake news para desgastar o prefeito Marquinhos Trad (PSD), candidato à reeleição nas eleições deste ano. O assunto pode parar na Justiça, de novo.
[adrotate group=”3″]
Em decorrência da pandemia causada pelo coronavírus, o município realizou “licitação” emergencial para comprar as máscaras. De acordo com a assessoria, houve coleta de orçamento de 33 empresas e 12 participaram do processo de seleção realizada pela Central Municipal de Compras.
Veja mais:
Com poucos casos e leitos de sobra, MS vira “ilha segura” na pandemia. Mas ainda há perigo?
Casos de Covid-19 dobram em sete dias e morador de MS age como se não tivesse medo da pandemia
Com cinco internados na UTI, Campo Grande abandona a quarentena e ignora a Covid-19
A Pacotão Comércio de Produtos de Higiene e Limpeza Eireli venceu o certame e firmou contrato com o município por R$ 2,566 milhões. A prefeitura vai adquirir 28.834 unidades. Cada uma custará R$ 89. O valor saltou aos olhos dos adversários, que passaram a disparar a informação nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp.
No entanto, o município não pagou R$ 89 em cada máscara. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, cada máscara cirúrgica descartável e com três camadas custou R$ 1,78. No total, a empresa fornecerá 1.441.700 unidades por seis meses.
O leitor mais atento pode questionar a grande quantidade de produtos. A prefeitura explicou, por meio de nota, que as máscaras serão usadas por 2.729 funcionários da área de saúde, como médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, odontólogo, auxiliares, entre outros servidores das unidades básicas de saúde. Em média, cada um usará duas máscaras por dia.
“As máscaras cirúrgicas descartáveis serão utilizadas por 2.729 profissionais lotados nas unidades de saúde na assistência direta e indireta. A estimativa foi construída considerando a necessidade de duas trocas diárias”, informou o município.
A empresa Cirúrgica Paraná Distribuidora Importadora e Exportadora de Equipamentos foi contratada para fornecer 100 mil máscaras N95-PFF2. “As máscaras N95/PFF2 serão destinadas a 2.734 profissionais de saúde que são expostos aos procedimentos geradores de aerossol, tais como os médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, odontólogos, auxiliares, dentre outros, sendo calculado, a troca da referida máscara a cada cinco dias de uso”, explicou.
Na live desta segunda-feira (27), o prefeito Marquinhos Trad falou sobre a disseminação da fake news. “Nós estamos tomando todas as medidas judiciais contra essas publicações”, afirmou. Ele condenou a disseminação das mentiras pelas redes sociais, que classificou como “inverídica” e “absoluta má fé”.
“É uma caixa com 50 unidades e não uma unidade custando R$ 89”, lamentou. Ele pediu para a apuração da divulgação das informações falsas pelo Ministério Público, pela Procuradoria Jurídica do Município e Tribunal de Contas do Estado.
Marquinhos classificou a fake news como “sórdida”. As novas máscaras ainda não foram entregues na rede municipal de saúde.
A Pacotão entregará 40 mil máscaras cirúrgicas até o fim de semana. Já a Cirúrgica Paraná entrega até sexta mais 40 mil da N95.