Responsável pelo polêmico concurso da Secretaria Estadual de Educação, que reprovou 99,54% dos candidatos, a Funrio, fundação ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro, já teve provas anuladas. No entanto, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) descarta anular o certame e pretende abrir novo concurso para contratar professores.
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O Governo arrecadou R$ 3,1 milhões com a taxa de inscrição do concurso aberto no ano passado, que ofereceu mil vagas. No entanto, somente 74 foram aprovados na primeira fase e vão realizar a prova discursiva no dia 17 deste mês.
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Candidatos denunciaram erros e problemas na aplicação da primeira prova em dezembro do ano passado. Até erro de português foi encontrado no questionário submetido aos 13,4 mil candidatos que compareceram no dia da prova.
Petição na internet pede o cancelamento do concurso e a aplicação de novas provas. Mais de 7,5 mil pessoas assinaram o abaixo-assinado virtual. Contudo, o tucano ignorou a queixa dos professores e manteve o resultado do concurso.
No entanto, a Funrio já teve vários concursos cancelados. Em setembro de 2009, a fundação se viu obrigada a cancelar o concurso do Ministério da Justiça. Na época, 59 mil candidatos disputavam 450 vagas e foram convocados para fazer novas provas.
Polêmica marcou o concurso do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em outubro de 2013. Na época, pressionada por denúncias dos concurseiros, a fundação carioca cancelou as provas de quatro áreas: administração, engenharia civil, fisioterapia e tecnologia da informação. O concurso tinha 160 mil inscritos.
Em 2017, o Ministério Público de Goiás chegou a pedir o cancelamento do concurso para a contratação de 2.420 soldados e 80 cadetes da Polícia Militar. As denúncias são semelhantes ao concurso com reprovação recorde do magistério sul-mato-grossense, mas não foi anulado.
Contudo, desde a publicação do resultado, a Funrio vem sendo obrigada a cumprir decisões judiciais classificando candidatos desclassificados pelos profissionais da entidade. O certame está na fase final.
Já em junho do ano passado, a Funrio firmou acordo com o Ministério Público e anulou as provas para assistente legislativo da Assembleia Legislativa de Roraima. As questionários foram cancelados e os candidatos puderam realizar nova prova.
Em Mato Grosso do Sul, o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, do Patrimônio Público, abriu inquérito para apurar falhas no concurso. Ele já pediu documentos para o Governo e ouvirá o presidente da Fetems, Jaime Teixeira, na próxima terça-feira (5).
Ciente de que não vai preencher nem 10% das mil vagas abertas, o governador Reinaldo Azambuja rechaçou qualquer hipótese de cancelar o concurso. O tucano anunciou que deve abrir novo concurso público para contratar a mesma quantidade de professores até o fim deste ano.
Confira o edital com o resultado
A notícia foi péssima para os candidatos, principalmente, para os desempregados, que vão ser obrigados a ficar mais tempo sem salário e ainda desembolsar R$ 216,16 para pagar a nova taxa de inscrição.
Para o Governo, que não demonstra sensibilidade neste quesito, será uma oportunidade de arrecadar com a taxa de inscrição.
Outros concursos em andamento também estão com problemas. Inscritos no concurso da Polícia Militar foram surpreendidos com atraso nas fases classificatórios porque houve atraso no repasse para a Fapems.
O concurso da Polícia Civil é questionado na Justiça.
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