A buraqueira segue causando transtornos aos motoristas de Campo Grande no mês de fevereiro. Pela segunda vez o prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD), não cumpriu o prazo de por fim aos buracos, que causaram, hoje, mais uma morte no trânsito. Desta vez, o motociclista perdeu o controle ao se deparar com uma cratera, bateu com a motocicleta no poste de iluminação e morreu antes de ser encaminhado ao hospital.
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A tragédia não teria ocorrido caso o prefeito conseguisse cumprir a promessa feita em 7 de dezembro do ano passado. Na ocasião, durante reunião com as empresas vencedoras da licitação para realizar a operação tapa-buracos, o prefeito prometeu acabar com o problema em 45 dias.
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“Buracos são resultado do abandono do planejamento de gestões anteriores e da ausência absoluta de manutenção. Tenho saído às ruas e as pessoas tem me dito que voltaram, mas acredito que até final de janeiro todos os buracos estarão tapados”, prometeu Marquinhos, conforme entrevista publicada pelo Campo Grande News.
Não foi a primeira vez que ele não conseguiu cumprir uma meta. Em janeiro do ano passado, logo após a posse, ele calculou que tinha herdado 250 mil buracos do antecessor, Alcides Bernal (PP), e prometeu solucionar o problema em 90 dias.
Chegou dezembro e a promessa não conseguiu ser cumprida. O motociclista Cícero Alves Dantas, 53 anos, desviou de buracos na Avenida Gury Marques e colidiu a moto em um veículo, que estava estacionado para trocar duas rodas destruídas pelo mesmo problema. Ele morreu no local.
Dois dias depois, em manifestação pública, o prefeito refaz a promessa e esticou o prazo para por fim ao pesadelo dos motoristas: fim de janeiro.
Infelizmente, na manhã de hoje, o motociclista Alexandre Matos Neves, 45, deparou-se com uma cratera na Rua Antônio Rahe, no Bairro Mato do Jacinto, próximo do Parque do Sóter, perdeu o controle de moto Yamaha 250, colidiu no automóvel Fiat Siena e no poste de energia elétrica.
Além de vidas, os buracos estão causando prejuízos financeiros aos moradores da Capital, que entram no terceiro ano consecutivo convivendo com este pesadelo nas ruas e avenidas.
Os buracos surgem até mesmo em via que nem teve a obra revitalização inaugurada, como é o caso da Avenida Júlio de Castilho, que custou R$ 17 milhões.
Em alguns bairros, a quantidade de buracos é tão grande que inviabiliza o tráfego nas ruas e os veículos disputam as calçadas com os pedestres.
Na semana passada, a buraqueira ganhou destaque até no Jornal Nacional, da TV Globo, que mostrou como os motoristas procuravam sinalizar a buraqueira para evitar acidentes.
Ao ser questionado sobre o cumprimento da meta no final do ano passado, o prefeito MarquinhosTrad, que é evangélico, resolveu apelar à crendice popular e culpou São Pedro pela situação vergonhosa.
“Dê-me 20 dias de estiagem que vocês verão a diferença na cidade”, garantiu. “Dos 27 dias de dezembro choveu em 23 deles”, chegou a lamentar o chefe do Executivo em entrevista ao Midiamax.
Prefeitura informa que equipe fará reparos em local de tragédia
Para evitar uma nova tragédia na Rua Antônio Rahe, a Prefeitura de Campo Grande informou que um engenheiro foi ao local avaliar a situação e determinar as medidas para por fim aos buracos na via. Uma equipe seria designada em regime de urgência para tapar o enorme buraco, que existe há vários meses no local, segundo depoimentos de moradores.
Sobre o ritmo da operação tapa-buracos, o município informou, por meio de nota, que 30 equipes estão distribuídas nas sete regiões urbanas do município.
“O período de chuvas compromete o andamento do serviço, que inicialmente abrange as vias arteriais, de maior movimento, e os itinerários do transporte coletivo”, justificou-se, sobre os buracos.
“Uma das equipes está fazendo reparos em vias da região onde o acidente ocorreu”, prometeu.